segunda-feira, 14 de março de 2011

OS ESQUEMAS DE YOUNG VISTOS PELA ÓTICA DA ASTROLOGIA


     Ando aprendendo coisas muito interessantes…Uma delas é na área da psicologia cognitiva. Refiro-me a certas crenças que desenvolvemos quando crianças e que são disfuncionais em um grau significativo. Jeffrey Young  chamou-as Esquemas Iniciais Desadaptativos.
      Para quem não conhece a terapia focada nos esquemas de Young, vou dar uma ligeira pincelada no assunto para que possam se situar melhor. Esquemas, para Young, são crenças e sentimentos significativos que a pessoa constrói a partir  da infância e vai aperfeiçoando ao longo da vida, tornando-se uma lente através da qual ela vê o mundo e a si mesma. Esses esquemas, segundo ele, operam de modo sutil e inconsciente e são muito resistentes à mudança. Por exemplo, a criança que desenvolve a crença de que é incompetente, raramente se questiona sobre isso, mesmo quando adulta, e pode não correr os riscos necessários para sua realização por achar que não vai conseguir de nenhuma forma. Um esquema é desencadeado por acontecimentos chegando a contaminar a interpretação que a pessoa faz deles, levando-a a experienciar emoções negativas extremas e a ter pensamentos disfuncionais.
      A questão é: em que a Astrologia pode contribuir para identificar esses esquemas, ajudar no processo de auto-descoberta e promover as mudanças necessárias nos padrões cognitivos? Não tenho a resposta para isso ainda, mas gosto de brincar com esse tipo de associação. Tenho revisado os mapas de pessoas que conheço em busca de algo substancial que corrobore minha hipótese. Muita pretensão da minha parte, reconheço. Mas não é que encontro vários indicios entre uns e outros? Isso não qualifica o mapa astral a definir a priori quais o esquemas que aquela pessoa vai desenvolver. Eu diria que a posteriori sim, é possível detectar  certas energias presentes no mapa que indicariam tendências do indivíduo para perceber o mundo de determinada forma, abrindo a possibilidade de desenvolver determinadas crenças sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo, mas de uma maneira rigida e distorcida a ponto de prejudica-lo de forma significativa.
      Coincidentemente, chegou-me às mãos por diferentes fontes, os dados de quatro individuos, todos eles com as mesmas dificuldades para lidar com as frustrações e a disciplina. Os esquemas comuns a todos eles diz respeito à questão dos limites prejudicados, o que Young chamou de Merecimento/Grandiosidade e Autocontrole/ Disciplina Insuficientes (explico depois o que são).
      Uma investigação mais minuciosa trouxe à tona questões ligadas à infância. Embora vindos de diferentes backgrounds, todos eles tinham sido expostos a estilos parentais muito semelhantes. Nesse caso, foram pais que não modelaram autocontrole ou não disciplinaram de forma adequada seus filhos, mimando-os em excesso, dando-lhes liberdade para fazer o que quisessem sem dar-lhes noção de compartilhamento e reciprocidade. Sabem o que havia em comum nos quatro mapas? A lua no signo de Sagitário! Vamos traduzir isso para quem nao entende de Astrologia: Como a Lua se refere à experiencia da infância, a energia de Sagitário traz um cenário que permite a essa criança entregar-se e expandir-se, dando-lhe muito espaço próprio, nao encontrando interferência a seus desejos e movimentos. Brinda-lhe com uma confiança elementar e uma forte valorização de si mesma. O problema é que quando essa criança cresce, vai achar que nunca vai existir conflito em seus horizontes. Quando surgem condições adversas, essas dificuldades, frustrações e conflitos são percebidos como extremamente ameaçadores e perigosos. Daí que muitas vezes, a pessoa nega a realidade, idealizando situações e pessoas, exagerando na avaliação dos seus projetos e assim por diante.
      Não me entendam mal: não estou deduzindo que todos que tenham a lua em sagitário terão dificuldades com limites , não saberão controlar os próprios impulsos e levar em conta as necessidades dos outros. Esses são os aspectos negativos dessa posição. Outras posições planetárias equivalentes podem resultar nessas mesmas dificuldades (por ex, Lua em mal aspecto com Júpiter), mas, insisto, não se pode generalizar.
      Voltando entao aos esquemas, o que me chamou a atenção foi que cada uma dessas pessoas com a Lua em Sagitário tinha dificuldades com os limites, a ponto de prejudicar-lhes de forma significativa o desenrolar natural da vida. Por suas peculiaridades, reagiram de diferentes maneiras aos esquemas, que podem ter muitas variações sobre o mesmo tema. Tres  delas entraram em profunda depressão ao término de um namoro, uma produzindo sintomas que a levaram à  hospitalização e outra  criando mecanismos compensatórios para não se machucar mais, o que a impedia de abrir-se a novos relacionamentos. As quatro pessoas têm problemas de disciplina e auto-controle. Todas tem dificuldade de lidar com a raiva, tendo explosões de ira quando frustrados ou magoados.

      Voltando aos esquemas, os dois que mencionei antes tem as mesmas características que acabei de descrever. A familia de origem costuma nao expor a criança a niveis normais de desconforto, pecando também por excesso de indulgência e falta de limites reais. O resultado pode ser uma incapacidade de tolerar qualquer frustração ou incapacidade de conter a expressão de impulsos ou sentimentos. Eu acrescentaria que em casos extremos pode levar a disturbios psiquiátricos graves como agitação psicomotora ou despersonalização, que muitas vezes representam um movimento defensivo contra sentimentos intoleráveis de fragilidade e desproteção.
      Como eu disse acima, os dois esquemas que mais identifiquei nesses mapas (merecimento/grandiosidade e autocontrole/ autodisciplina insuficientes) referem-se à crença de que o sujeito deveria poder fazer, dizer ou ter tudo o que quisesse, sem importar se isso magoaria outras pessoas, além da já citada  incapacidade de tolerar qualquer frustração. Pais demasiado indulgentes, que não estabelecem limites sobre o que é socialmente apropriado, que não modelam autocontrole ou disciplina adequados aos filhos, podem predispô-los ao desenvolvimento desses esquemas.
      Assim como foi possível identificar esses 2 esquemas en passant, também é possivel encontrar  outras configurações astrológicas que se encaixam confortavelmente dentro dos outros esquemas de Young (ele definiu 18 até agora). Um desafio interessante para um pesquisador paciente. 

3 comentários:

Anônimo disse...

Que piada. Utilizar um modelo científico de psicoterapia e uma pseudociência fantasiosa como a Astrologia. Sugiro estudar origem do conhecimento e Filosofia da Ciência.

Betinha Paes disse...

Ô, sr. anonimo...parece que feri susceptibilidades...Sorry, mas a idéia é brincar com as idéias! Por outro lado sugiro-lhe que estude também Astrologia. Vai se surpreender! Um abraço.

Anônimo disse...

A dita pseudociencia fantasiosa me ajudou a refletir muito hoje sobre o comportamento dos meus filhos e sobre o meu comportamento. Obrigado!