sábado, 9 de outubro de 2010

NOSSAS ESCOLHAS AMOROSAS


Essa semana terminei de ler o livro “Comprometida” de Elizabeth Gilbert. Adorei e indico para todo mundo.  Fiquei pensando e matutando sobre o tema,  buscando todo tipo de conexão possível com o que chamo de meus “construtos teóricos astrológicos” (sempre faço isso, é quase uma compulsão!)
Tudo bem, hoje em dia nos casamos por amor, apesar de que muitas vezes o amor não seja dirigido à pessoa amada e sim ao conteúdo do seu bolso, mas essa é uma outra história. A coisa funcionaria mais ou menos assim: Você conhece alguém, sente algum tipo de atração por ele e vice-versa, saem, se conhecem por um tempo, acham que estão apaixonados e decidem juntar os trapos. Pronto.  Mas porque você fica lembrando daquele outro namorado , que te deixava maluquinha com um simples olhar (ou gesto, ou beijo)? Ah… aquele sim me atraia, diria você… Entao porque  se casou com este?
Ah, nossas escolhas!... O livro me fez pensar sobre nossas preferências amorosas, tendo como pano de fundo o Mapa Astrológico. A grande confusão é que nós temos dois planetas que basicamente indicam o tipo de parceiro/ parceira que nos atrai. Mas por que confusão?
 
As escolhas femininas
No caso da mulher, os  planetas   Sol e Marte no  Mapa Astral indicam que tipo de homem a atrai. São planetas de energia masculina que a mulher tende a projetar no homem. Nao significa que ela não os expresse, mas é um tipo de energia que lhe é menos acessivel, sendo portanto, mais facilmente projetada em suas escolhas afetivas. Acontece que o Sol simboliza o pai, Marte o conquistador. O Sol é a referência masculina que introjetamos através da figura paterna e que, em consequencia, atraimos inconscientemente. Marte é o galã, é a energia masculina que nos excita, é a forma de expressão que nossa paixão assume. A barafunda se arma quando esses dois planetas estão incompativeis entre si no mapa de alguém.
Vamos supor um exemplo. Uma mulher com um Sol em Câncer e com Marte em Gêmeos. Sem considerar aqui os aspectos e as casas onde eles se encontram, para não complicar demais, imaginem o tipo de homem por quem essa mulher sente atração fisica e sexual. Gêmeos é um signo mental, dai que,  dentre as qualidades que essa mulher busca, a inteligência terá um papel fundamental. Sentirá atração pela agudeza mental, a vivacidade e engenhosidade intelectual do homem. Ela se excita ao ser estimulada intelectualmente, o cérebro é o órgão sexual mais importante para ela.  Mas e o Sol em Câncer? A tendência é procurar   um tipo protetor, que lhe proporcione segurança emocional , que seja sensivel e nutridor, um tipo caseiro, vamos dizer assim. Com esse sim, ela provavelmente se casará. Isso não quer dizer que tenha que ser alguém do signo mesmo de Câncer! Nada disso, a Astrologia não é tão simplista assim. Quero dizer que a personalidade do seu escolhido terá possivelmente características parecidas ao canceriano. E que, sendo feliz ou não com ele, ela sentirá uma estranha atração por homens inteligentes, que a estimulem intelectualmente. O ideal seria que seu parceiro protetor e carinhoso também fosse um garanhão com as palavras, mas isso já é pedir demais aos Céus.

As escolhas masculinas
Por outro lado, Lua e Vênus formam o par feminino no mapa de um homem. Enquanto a Lua é a mãe, Venus é o arquétipo da amante.  A Lua de um homem, além de indicar suas necessidades emocionais, também indica o tipo de mulher que o atrai para formar uma familia, que qualidades fazem com que um homem se sinta cômodo e seguro, pois remete à forma de ser da mãe, que de um modo mais direto é quem nos cuida e protege. Venus, além de mostrar o jeito que o indivíduo se arruma, seu gosto pessoal, também revela o tipo de mulher que o atrai a nivel romântico, o que mais valoriza nos relacionamentos, o que procura na parceira. A posição do planeta Venus no mapa de um homem descreve o que ele procura numa mulher como amante ideal. 
Se o sujeito consegue encontrar alguém que preencha todos esses requisitos ou é capaz de reconhecer sua impossibilidade, então teremos um homem relativamente feliz e ajustado nas suas relações amorosas. No entanto, a experiência mostra que muitas vezes isso não acontece. Lembro-me de um livro, se nao me engano de uma mineira, chamado “A função Social dos Amantes”, em que ela faz uma análise sociológica dessa questão (a dos amantes)  tão hipocritamente escamoteada, mas que parece ter um papel importante na  manutenção do casamento como instituição monogâmica tradicional. Em meus delirios astrologicos, fico imaginando se as mulheres “oficiais”, ou seja, as esposas desses homens, estariam ligadas à energia lunar, e suas amantes manifestariam seu lado venusino… Grande parte dos entrevistados no livro, disse que se envolveu por se sentir fisicamente atraída pela outra mulher. Hummm….very suspicious, como diria Watson.
Se entrarmos na análise de um mapa, teremos que levar em consideração não só o signo do planeta em questão, mas a casa em que se encontra e os aspectos que faz. Aí sim teremos uma imagem mais completa do tipo de pessoa por quem nos sentimos atraídos. O passo seguinte a essa descoberta é aceitar que escolher implica abrir mão de alguma outra coisa. E não adianta ficar fantasiando ou reclamando que nosso parceiro/parceira não tem tal ou tal qualidade que tanto nos atrai. Com certeza, tem muitas outras qualidades que nos atrairam e que foram em algum momento preponderantes sobre outras, ganhando nosso coração.
O que nos resta saber, afinal, é que aceitação dos limites, tolerância, maturidade emocional, compreensão, lealdade, capacidade de perdoar são qualidades que nós mesmos precisamos desenvolver, independente de qualquer outra característica que busquemos no parceiro amoroso, independente de onde quer que estejam os planetas indicadores de nossas escolhas.
Emerge de minha memória uma velha frase de Erich Fromm, em seu livro A arte de Amar: “O amor não depende dos atributos da pessoa amada, mas da capacidade afetiva de quem ama”.