Numa noite de céu estrelado, quando observarmos uma galáxia no espaço infinito, na realidade estaremos olhando a nós mesmos, porque nosso corpo é a representação em forma compacta e infinitesimal de todos os mundos exteriores. Somos, pois, a manifestação finita do universo e, dessa forma, cada pequena célula do nosso corpo atua como receptora e transmissora das influências celestes. Se somos uma forma condensada de um universo infinitamente profundo, então cada um de nós é um universo e cada um de nós é, também, uma célula desse corpo universal.
Se o universo muda constantemente, também nossas células físicas e energéticas estão mudando. É a evolução dos mundos. É a evolução do homem. “Como é em cima, é embaixo”: a Lei de Correspondência diz que assim como as forças criativas dentro do ventre materno agem sobre o feto, assim também os raios cósmicos estão ativos sobre o homem. Parte dessa influência é filtrada através dos planetas do nosso sistema solar. O sol é nosso doador de vida, assim como o coração é o órgão que faz pulsar nossa energia vital.
O corpo etérico, essa parte invisível do corpo físico por onde fluem as correntes vitais que nos mantêm vivos, é o que nos comunica com o mundo, com os outros seres e com o universo. É através dele que recebemos as informações necessárias para a formação de nossos centros energéticos ou vórtices de energia: os chacras. Temos sete vórtices principais, sete canais de comunicação energética que vitalizam e comunicam todos nossos corpos. Esses sete centros de força, ou chacras, estão representados no corpo físico pelas glândulas endócrinas, que, por sua vez, são associadas aos planetas. Mas, todo e qualquer órgão, sistema ou chacra do nosso corpo físico e energético recebe a influência combinada de mais de um planeta, sendo que, de acordo com o aspecto observado, um planeta pode predominar sobre os outros. Daí a diversidade de interpretações que existem ao se associar os centros de força aos planetas.
Da mesma forma que cada centro não tem uma função isolada, estando nele presentes as funções dos outros centros em diferentes níveis, também cada centro está vinculado a outros planetas, variando apenas o enfoque. Entenderemos melhor se analisarmos alguns desses centros: O primeiro centro, ou chacra básico, tem como uma das funções principais a criação e expressão das necessidades de sobrevivência, que determina os limites de nossa coragem. Essa perspectiva está relacionada a Marte. A cor associada a Marte é o vermelho, que também é a cor predominante desse chacra. Marte rege a sexualidade, a agressividade, o egoísmo e nossos impulsos de sobrevivência. O chacra básico cuida da qualificação e evolução da espécie. É rudimentar e ainda não reconhece o outro, pois o processo de sociabilização só aparece no segundo centro. As glândulas endócrinas relacionadas ao primeiro centro são as supra-renais, onde se elabora a adrenalina. Hormônio associado ao planeta Marte e que cumpre a função de ataque e impulsiona os mecanismos de defesa diante de qualquer agressão, situação de risco ou susto. Alguns associam as supra-renais ao planeta Júpiter, porque seus hormônios agem como um poderoso estimulante cardíaco, exercendo um efeito calmante e suave quando o equilíbrio interno é destruído por emoções negativas. Outra função desse chacra básico é a harmonização do corpo físico no plano terreno, ou seja, a compreensão da dimensão física e a capacidade de nos mantermos na posição bípede, graças à estrutura óssea. Nesse caso, a vibração planetária é de Saturno, planeta que por analogia marca o limite e a estrutura da consciência e do corpo físico. Saturno é associado ao esqueleto e à pele (estrutura e limite do corpo). Assim, disfunções do primeiro centro podem se manifestar como patologias da pele e do sistema ósseo, por dificuldade adaptativa ao meio ambiente. O elemento associado a esse chacra é a Terra, que nos liga a Saturno e que simboliza o plano físico e a materialização.
Marte também está representado no segundo centro, ou chacra esplênico, na vibração que corresponde à experiência e conscientização do prazer, cujas glândulas são as gônadas (glândulas sexuais tanto masculinas como femininas). O elemento associado a esse centro é a Água. Nele se ativam nossos sonhos, dando-nos a capacidade de sonhar e de nos lembrarmos do material onírico e de onde flui nossa energia criativa. É óbvia a identificação que pode-se fazer entre essas funções e a energia lunar.
O terceiro centro, ou chacra umbilical, é o da identidade, da unidade do ser e das questões de poder pessoal. É eminentemente solar e controlado pelas funções do baço e do pâncreas. O baço, esotericamente, é a porta de entrada das forças emanadas pelo Sol que assimilamos e que circulam pelo nosso organismo como fluido vital. A cor amarela lembra-nos o brilho dourado do Sol. A nível energético, cuida da imunologia do “Eu”, da distribuição e controle de todos os hormônios do corpo. Conseqüentemente, é ele que controla todos os outros chacras. O Sol pode ser associado à identidade básica, ao poder de integração de si mesmo e à vitalidade. O elemento é o Fogo, que cuida dos processos metabólicos localizados na região abdominal. Em algumas linhas filosóficas este centro é relacionado a Marte. O que é compreensível, porque a raiva, sentimento conseqüente da frustração de nossos impulsos (Marte), é emanada de um terceiro centro em desarmonia. Além disso, tonicidade muscular, outra característica marciana, é uma das funções principais do terceiro centro.
O chacra do coração, ou quarto centro de força, é por analogia ligado ao planeta Vênus no que se refere à nossa capacidade de amar. É ele que controla o fluxo da energia do amor. A cor verde predominante nesse centro é também a cor de Vênus, que harmoniza e acalma. A glândula Timo, principal fonte de poder imunológico do ser é de regência solar, mas é o amor (Vênus) que lhe dá energia.
Com os outros centros ocorre o mesmo processo. A integração entre eles é fundamental, assim como necessitamos integrar as energias planetárias dentro de nós. Diversos livros de astrologia descrevem e enumeram a influência das relações entre dois ou mais planetas, o que em linguagem astrológica chamamos aspectos, que são na realidade, canais por onde flui a energia básica do indivíduo. Assim, aspectos conflitantes fazem com que haja um bloqueio, desvio ou mau uso da energia, impedindo sua livre expressão e ocasionando desequilíbrios emocionais, físicos ou espirituais. Os planetas envolvidos no aspecto tenso e os signos no qual se encontram podem registrar uma disfunção ou bloqueio no chacra correspondente. Diferentes métodos de abordagem já foram desenvolvidos por astrólogos para diagnosticar e prevenir distúrbios energéticos e físicos, mas, infelizmente, não há um consenso geral.
Donna Cunningham, no seu livro “Astrologia e cura através das vibrações”, menciona de forma sucinta essa discrepância sobre qual planeta pertence a que chacra e faz uma excelente leitura sobre os bloqueios ou distúrbios que podem ocorrer por posicionamentos difíceis dos planetas. O livro “Em busca do Eu” de Shirley Maclaine transmite-nos técnicas fáceis e eficientes de harmonização dos chacras. Sua linguagem envolvente e acessível nos põe em contato com um conhecimento inestimável para nosso crescimento e equilíbrio interno.
Acredito que o ponto de partida para saber lidar com nossas dificuldades é reconhecê-las, em primeira instância, e a partir daí, procurar mecanismos de apoio, seja através de psicoterapias, massagens, harmonização energética, cromoterapia, homeopatia, etc. Há dezenas de novas técnicas surgindo a cada dia. Nenhuma oferece cura total, mas depende de nós sabermos quais se ajustam melhor às nossas necessidades e temperamento, e lançar mão de todos os recursos disponíveis para encontrar o equilíbrio e fundamentar nossa busca de auto-realização.
É no movimento dos planetas através dos signos e casas que mobilizamos e ativamos pontos de tensão internos que já trazemos como trabalhos a realizar. Muitas vezes necessitamos de uma experiência repentina ou dolorosa para mudarmos de nível e nos capacitarmos para ver o novo sentido que a vida quer nos mostrar. O céu, na sua linguagem silenciosa e sutil, remete-nos ao passado, descobre-nos o presente e nos descortina as infinitas possibilidades do futuro. O Mapa Astral é o registro simbólico desse momento único e mágico que marcou nosso nascimento. Nele temos um trampolim para grandes saltos, porque através do autoconhecimento chegaremos mais rapidamente à auto-realização e à cura. Saibamos agradecer ao Universo a grande oportunidade de evolução que nos foi dada.
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